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Diálogos do Vestir #11 - Vanessa Rozan

Diálogos do Vestir #11 - Vanessa Rozan

2023-05-10

Nossa convidada do Diálogos do Vestir #11 - Especial dia das mães é Vanessa Rozan, maquiadora, apresentadora, professora e empresária.

Mãe da Pina, Vanessa procura sempre o equilíbrio entre a maternidade e os outros lugares que ocupa na sociedade. Através do seu trabalho, busca quebrar paradigmas da indústria da beleza e ressaltar a beleza natural de seus clientes, para se sentirem bem em suas próprias peles.

Ela abre sua casa para uma conversa sincera e para servir como cenário para nossas peças da linha Caaipora - Tudo que é vivo regenera. Suas lindas memórias afetivas do vestir se entrelaçam neste novo diálogo.
As fotos são do parceiro Danylo Vasconcellos.

1. Como é a sua relação com o vestir?

O vestir já foi um lugar na minha vida de performance, qual roupa eu devo colocar porque os outros vão pensar tal coisa, o que eu quero projetar daquilo que eu sou ou que eu quero ser.
Hoje, o vestir para mim é muito mais uma relação de pensar como o consumo deve ser consciente, de eu pensar em uma roupa atemporal em um tecido que tem o conforto do uso e uma vida longa, para que eu possa usar essa peça muitas vezes. Não só um corte e uma modelagem atemporal, mas também um tecido, ou seja, eu priorizo um tecido de qualidade que não estrague conforme o uso e uma roupa que diminua os impactos ambientais.
A minha relação atual com o vestir vai muito além da performance, é um vestir que eu priorizo o conforto, o bem estar, fazendo escolhas pensando por toda a vida e não por temporadas, pela moda e tendências do momento. O vestir para mim é estar confortável na minha própria pele, uma roupa que me permita fazer o que está presente no meu cotidiano, desde buscar a minha filha até ir a algum evento, de uma maneira que eu me sinta confortável e fiel a quem eu sou hoje.

2. Conta pra gente um pouco da sua trajetória? Sua formação, os caminhos traçados, as experiências.

Eu sou formada em comunicação social pela ESPM e em Artes Plásticas pela Escola Panamericana, com pós-graduação em Semiótica Psicanalítica e mestrado em Comunicação e Semiótica, na PUC-SP.
Fui maquiadora sênior da M.A.C Cosmetics por 6 anos, participando das semanas de moda em Paris, Nova York e Milão. Nesse período trabalhei com diversos maquiadores conceituados no Brasil e no mundo, além de assinar desfiles nas semanas de moda de São Paulo e Rio de Janeiro.
Atualmente, assino a beleza de campanhas para grandes nomes da moda brasileira, atuo como curadora de beleza nas minhas redes sociais e publico semanalmente vídeos no meu canal do Youtube, onde falo sobre bem-estar, consumo, moda, maquiagem, cuidados com a pele, leituras, filmes e lifestyle.

 

3. Como você relaciona o seu estilo com a maquiagem?

Eu gosto de pensar na maquiagem como uma forma de expressão, também como um acessório de moda. E, assim como a roupa, eu já experimentei diversos tipos de maquiagem para entender como eu me sinto bem.
Hoje eu sei que prefiro uma maquiagem que me faça sentir confortável na minha pele, pensando que se esta estiver saudável e bem cuidada, qualquer produto que colocar sobre ela vai funcionar.
Então, num paralelo com a roupa, hoje eu penso em modelagens confortáveis e atemporais e acabo comprando um acessório mais impactante, para maquiagem é igual, eu capricho na rotina de cuidados com a pele, e, depois, em uma base hidratante leve com filtro solar. Priorizo, para o meu necessaire, marcas veganas e com fórmulas limpas. Mas, gosto de mudar as vezes com uma máscara de cílios azul ou delineador de glitter, quando quero um ponto mais pra frente na make. Não tenho a intenção, com a maquiagem, de alterar meu rosto, de me transformar em outra pessoa, e sim de trazer o melhor dos meus traços.

4. Como você enxerga o mercado de trabalho para a maquiagem hoje? Acredita que mudou muito?

O mercado da maquiagem saiu de um lugar prescritivo onde as revistas determinavam o que devíamos usar, de qual jeito e quais modelos, pessoas e rostos certos para usar tal coisa. Com os blogs, tutoriais e redes sociais de maquiagem, a beleza vai sair desse caráter prescritivo e vai chegar em um lugar plural, tanto sobre os rostos que vão usar a maquiagem quanto a informação da maquiagem; as pessoas vão ver aquilo com mais frequência, vai se tornar mais acessível.
Há 20 anos, o consumidor brasileiro não sabia o que era iluminador, hoje, qualquer pessoa pode entrar na internet e descobrir como usar, o que propiciou que as marcas criassem produtos melhores nacionais e que as internacionais viessem para o Brasil e encontrassem, aqui, um público com conhecimento e experiência para usar maquiagem. Então, isso caminhou de uma forma muito rápida e hoje o mercado do brasil está um tanto quanto saturado.
Eu acho que é assim que estamos hoje, como tem muita influência, a onda começa a puxar para um mercado de desinfluência, de ter uma certa seletividade do que eu vou seguir, do que faz sentido para mim e quem conseguiu conquistar credibilidade e vai me fazer continuar seguindo porque aquela pessoa fala algo com embasamento e com uma certa verdade.

5. Agora sobre maternidade, de onde surgiu a ideia do nome Pina?

Eu estava grávida de quatro meses e não sabia ainda qual nome escolher. Estava sentada no cinema e apareceu o trailer do filme sobre a bailarina Pina Baush do Wim Wenders, de 2011, na tela. Eu fiz balé durante toda infância e adolescência, sou apaixonada por todo universo do balé.
Veio o nome PINA gigante na tela, em vermelho. Foi naquele momento catártico de decisão e ficou decidido que se fosse uma menina, teria que chamar Pina. Era como se o universo tivesse mandado a resposta, sabe?

6. Quais os maiores desafios da maternidade? E o que você acha mais fácil de lidar?

Eu acho que o maior desafio da sociedade não é você maternar outro ser, é você ser mãe na sociedade de hoje. Uma sociedade que romantiza ser mãe, como se nós fôssemos um ser mágico e especial, uma fonte inesgotável de amor e paciência que tem que dar conta de tudo.
Quando você se vê mãe tentando estudar, trabalhar, ter um momento para você, sair para um bar, qualquer coisa que você vai fazer como indivíduo, exige uma batalha que não consegue contemplar os dois lugares, seja ela pelo o que a sociedade espera/impõe ou seja ela também de uma culpa que nós sentimos e com a qual estamos sempre tentando negociar, então acho que os desafios maiores não estão no lugar em que você se relaciona com o seu filho ou sua filha, e sim no lugar da maternidade frente à sociedade, como você lida com o seu papel de mãe junto com os outros lugares que você ocupa.

7. A Pina é uma menina com bastante personalidade e muita atitude, acha que ela herdou isso de você?

Eu não consigo delimitar de onde a Pina herdou cada uma de suas particularidades e essa é uma das belezas de ser mãe e acompanhar o crescimento de outro ser, achar que nós conseguimos delimitar toda personalidade, mas, na verdade, está fora do nosso controle.
A Pina tem essa mente curiosa e questionadora que é dela, cabendo a nós, como pais, incentivar algo dela. No final, esse é um dos papéis mais importantes dos pais, apoiar e incentivar a personalidade que já nasce com nossos filhos nesse caminhar em conjunto. O filho não é uma tela em branco como se fosse um computador zerado que configuramos, ele já vem com o seu próprio jeito, tanto que irmãos, filhos dos mesmos pais, são tão diferentes entre si.
Eu acho que esse caráter curioso e questionador vem muito dela, entendendo que ela já tem isso, nós, como pais, focamos em possibilitar que ela expanda essas fronteiras ainda mais ao invés de tentar delimitar de onde veio e de quem é. Esse caráter questionador também nos dá um lugar de trabalhar nossas crenças e valores, ela questiona coisas como por exemplo o status QUO, certezas que já estão colocadas na sociedade, então, a Pina hoje, com um traço de personalidade que já veio com ela, nos faz parar e reavaliar inúmeros fatores.

8. E para você hoje, ser mãe é…

Ser mãe sempre foi um ato de coragem.
Em uma sociedade em que a liberdade e a felicidade são valores dos quais as pessoas estão em busca, quando você se torna mãe, essas questões não são mais sobre você; pelo início e pelo resto da sua vida vai ser sobre o outro, sobre seu filho ou seus filhos.
Você vai precisar abdicar de valores tão exaltados hoje em nome de outra pessoa e isso talvez coloque muitas coisas em risco, como suas relações afetivas. É diferente ser mãe e ser pai. Você muito provavelmente vai estar colocando em risco seu trabalho, sua carreira, seus estudos, seus amigos, já que é muito comum a maioria se afastar.
Nesse sentido, é um ato de coragem porque é um salto em direção oposta a tudo que é valorizado na sociedade nos dias de hoje, talvez por isso exista essa visão tão romantizada da maternidade de "essa mãe, a santa que está sempre paciente, não precisa de um tempo para ela, está sempre em todo lugar que os filhos precisam ir"; é um rio que nunca se acaba pois essa mãe deve estar sempre disposta a doar tudo de si, como se fosse algo natural e fácil, mas, no final, a gente sabe o quanto é preciso ser abdicado para ser uma boa mãe.

 

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