Cupom 10% OFF na primeira compra: FA1ACOMPRA (inválido para peças em SALE)

5% de desconto via PIX

Frete Grátis acima de R$799

Diálogos do Vestir #8 - Adarsha Ma Prem

Diálogos do Vestir #8 - Adarsha Ma Prem

2022-09-10

Nossa convidada do Diálogos do Vestir #8 é Adarsha Ma Prem, professora e aprendiz de yoga há mais de 25 anos, especialista em Yogaterapia e Ayurveda.

Usando sempre seu corpo e suas infinitas possibilidades como instrumento para o desenvolvimento do ser, Adarsha compartilhou uma manhã solar de inverno para fotografarmos as peças da linha comfy, feitas em malha de algodão orgânico, na Casa Udjain, espaço de trocas e respiros, onde ela ministra aulas em São Paulo. 

Suas lindas memórias afetivas do vestir se entrelaçam às narrativas da yoga neste novo diálogo. 
As fotos são do parceiro Guilherme Galembeck.


Como é a sua relação com o vestir? 

Essa relação na verdade, por mais simples que pareça meu jeito e as peças escolhidas, é muito elaborada. Primeiro porque passa muito pelo meu humor, uma maneira de contar ao mundo como me sinto naquele dia, seja pelas cores e estampas e decotes ou cortes mais retos e soltos e cores bem neutras. Depois porque através do vestir quero me comunicar com o outro e imprimir minha identidade. Adoro buscar peças antigas em brechó, procurar algo que seja único, improvável, misturando texturas e épocas, numa linguagem atemporal. Nos trabalhos corporais dizemos que o corpo nu é como realmente somos e de roupa como gostaríamos de ser. Isso é muito lúdico!

 

Você se conecta com os processos e matérias-primas do que veste e pensa nisso como algo que dialoga com sua experiência na yoga? 

Sim, muito. Detesto tecidos sintéticos e por mais que adore uma calça jeans, por exemplo, sei da quantidade de água utilizada no processo e as condições de trabalho quase escravo na Índia, onde a indústria procura mão de obra barata, além da poluição das águas desses lugares causada pelo tingimento. Por isso tenho pouquinhas peças e as busco em brechós, para reciclar mesmo e invisto em peças como jaquetas e calças que irão durar uma vida toda. É preciso consciência, examinar o plano como um todo. Meus desejos sim, mas também o impacto disso sobre o outro e sobre o planeta. A tal lei do Karma, que tanto falamos no Yoga, a relação de causa e efeito.

Você mencionou que o universo têxtil tem parte importante na sua vida. Conta um pouco dessa história.

Ah, as mais doces lembranças da infância, eu sentada embaixo da máquina de costura da minha mãe, com um pedal lindo todo trabalhado, brincando com os carretéis, como se fosse uma telefonista transferindo ligações. Lembro do giz de marcar o tecido, a rolete, alfinetes de cabeças coloridas e de quase desmaiar de tanto tempo em pé, parada na mesma posição, experimentando roupa enquanto minha mãe as ajustava direto no corpo. Meu pai pegava as amostras de tecido na fábrica e era encarregado de visitar os donos de loja de tecido e algumas boutiques que faziam as encomendas das tendências da estação. O que sobrava desse mostruário, virava roupa de boneca e fuxico, para almofadas e colchas. Passávamos pelas lojas com minha mãe ou folheando revistas, minha irmã mais velha e eu e escolhíamos vestidos que logo estávamos desfilando felizes e vaidosas. Minha mãe também sempre costurava sua própria roupa, como terninhos, super bem cortados, de saias justíssimas muito elegantes e bem na moda dos anos 60/70. Isso me faz reconhecer um bom corte, um bom acabamento, pego uma roupa e já vou logo olhando o avesso, coisa de filho de costureira e a dar valor também a um bom tecido, peças únicas ou quase exclusivas, artesanais, que ficam para sempre, que contam uma história, que nos tornam humanos, sagrados! E trago também para a forma como teço relações, alinhavo amizades e estabeleço laços afetivos com meus alunos. Tudo artesanal, tudo duradouro.   

E sua trajetória na Yoga, como começou? 

Costumo dizer que foi o Yoga que me achou. Era uma adolescente espevitada, carioca da Zona Sul, quando indo para o curso de Inglês encontrei alguns devotos de Krishna vendendo incensos e livros na esquina. Parei, comprei um livro e li. Pouco depois estava dentro do templo, cantando e dançando, ouvindo as escrituras e virando minha vida de cabeça para baixo. Todos foram fazer intercâmbio e eu virei hippie. Fui morar no mato, me tornei vegana, iniciei as práticas espirituais e um amigo me deu um livro de Hatha Yoga, de Indra Devi. Isso era meados dos anos 80. Não haviam tantas escolas e estilos de yoga, fui autodidata por muitos anos, com uma prática pessoal muito forte, o que me acompanha até hoje, sou bastante disciplinada e o estudo constante da filosofia, além da enorme busca espiritual que sempre me acompanhou, me tornaram uma Yogue. Uma amiga, instrutora de Yoga, foi viajar e me convidou para assumir suas turmas pelo período da sua ausência, relutei e por fim aceitei, iniciei como instrutora em 1998 e quando ela voltou de viagem seus alunos pediram para que eu ficasse, generosamente ela me deu uma turma, dividindo seus alunos comigo e nunca mais parei. Fiz várias formações depois disso e sempre busco estudar e aperfeiçoar minha jornada, afim de poder compartilhar com responsabilidade toda essa riqueza que o Yoga significa para a humanidade.  


Podemos dizer que o yoga tem uma abordagem holística pra vida (pensando no conceito de unir corpo, mente e espírito) e não só algo físico? 

É, o Yoga é um estilo de vida. É físico sim, já que estamos encarnados e também espiritual, porque viemos de algum lugar e estamos indo para algum lugar, logo estamos de passagem e é preciso deixar as coisas como encontramos ou melhor ainda, nunca pior e isso faz com que nos questionemos o tempo todo. Quem eu sou? O que estou fazendo aqui? Um estado de alerta, de presença que torna o caminhar sobre a terra mais atento, mais sutil. Um cuidado com o todo, pois o divino está em tudo e por isso, tudo e todos merecem respeito!

O que te inspira?

A dádiva da vida por si só me inspira, mas sem dúvida estar junto a natureza, praia ou cachoeira, me inspira e me ensina muito....cores vibrantes, criatividade, força e suavidade. A enorme capacidade para recomeçar do zero e ser sempre melhor e abundante. Ser exuberante e absolutamente generosa.

Conheça as peças da linha comfy clicando aqui.

 

 

 

Flavia Aranha usa cookies para personalizar a comunicação e melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.