Nos encontramos para criar essas imagens da nova coleção, no contexto do Dia Internacional da Mulher, reforçando nossa vontade de falar sobre a autonomia de cada mulher sobre seu próprio corpo, vida e destino.
Esse editorial fala sobre estar no mundo como se deseja, ser o mundo, a natureza que nos rodeia. Sobre a capacidade de insistir, resistir, fincar dedos, agarrar-se a todas as narrativas que podemos criar para nós mesmas a despeito do que se estabelece como correto nesta sociedade enraizada em machismos, misoginia e tantas violências e censuras que sofremos e testemunhamos.
Como foi seu início na fotografia?
E o projeto com nus, como começou? Seu trabalho com fotografia hoje foca mais nessa pesquisa?
Quais as questões que te interessem nessa investigação do corpo nu?
As imagens são sempre divulgadas no Instagram ou estão em outras plataformas?
O projeto começou em 2018 com uma proposta chamada Pele e Concreto onde eu trazia o contraste do corpo e a arquitetura, a pele e a textura dos prédios era o que mais me encantava nessa época. Ao passar dos anos o nu foi se mostrando muito amplo pra mim e tomando várias frentes, deixou de ser só um projeto e se tornou uma linguagem dentro do meu trabalho.
Tive uma experiência de passar dois meses na Argentina expondo e convivendo com fotógrafos da mesma área. Passávamos dias fotografando grandes grupos e se fotografando entre si, o que abriu um novo mundo de massas corpóreas, textura e cores.
O nu, para mim, é um lugar de paz, conexão, livre de qualquer pré-conceito, de regresso às nossas raízes, e, nos ensaios, quero que as modelos estejam o mais confortável possível e sintam essa conexão também. Gosto de pensar no corpo como múltiplo, e explorar suas diversas sombras, ângulos, e as varias maneiras de um corpo interagir com um ambiente. É como uma dança, a minha lente, o ambiente e o corpo.
Hoje em dia prefiro fotografar grandes grupos e trabalhar a composição e cenários. Exponho e vendo minhas obras, atualmente, principalmente no Instagram, mas também tenho um site que tem toda essa história fotográfica arquivada. Também estou finalizando a primeira exposição que quero trazer pra São Paulo, um projeto chamado Los Abrazos.
Quais são suas referências?
Eu diria que eu sou uma grande esponja ambulante. Sempre gostei de fotografar a rua e ela foi o palco onde criei minhas fotos mais incríveis.
O acaso e a naturalidade das coisas mais simples é o que me inspira. Minhas primeiras referencias visuais na arte foram as surrealistas Remédios Varo e Frida Kahlo. Até hoje são as minhas favoritas em temática, cores, profundidade das obras. Remédios por suas cores e sombras e Frida por sua temática e força de mulher latina americana.
Cada vez mais tenho buscado falar sobre o interno, sobre questões de politicas sociais e o corpo da mulher e a obra de vida de Frida com certeza
é uma das que mais me encantam e inspiram.
Como você conheceu a Flavia Aranha ?
Tenho uma história engraçada com a marca da Flávia. Não conhecia nada dela e me inscrevi no curso no SESC Pompéia em 2016. Era janeiro e ao longo das aulas ela indicou documentários e filmes sobre moda sustentável, ela abriu uma porta que nunca mais se fechou na minha vida. Repensar sobre consumo e produção me fez ver a moda uma forma toda diferente.
Ao longo das aulas fui me apaixonando cada vez mais, andando nas ruas e pensando que toda plantinha poderia sair uma cor incrível de dentro. Segui a marca no Instagram e até hoje fui acompanhando seu crescimento. Hoje posso falar que fiz parte da historia da marca também.
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