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Índigo - o azul mágico e sagrado

Índigo - o azul mágico e sagrado

2021-02-02

Azul mágico, sagrado e auspicioso. Azul feito a mão. Em alquimias naturais, o encantamento do índigo que atravessa diferentes povos, culturas e rituais. 

Em um processo moroso, lento e afetuoso, o encontro das materialidades da terra — planta, ar e água — faz nascer a cor sagrada. 

 

Das diferentes espécies de anileiras que habitam o mundo, extrai-se a indigotina, um dos poucos corantes azuis presente na natureza. Os conhecimentos ancestrais acolhem espiritualidades que conectam o homem à natureza no fazer azul. 

A essência integrada está presente nas crenças antigas do povos do Mali, onde a tina era oferenda aos deuses, no azul sagrado japonês do Período Edo, vestindo Samurais, nas rezas hindus de muitas gerações na Índia onde o índigo é nomeado "Mãe azul", nos painéis e bandagens das múmias egípcias, e muitos, tantos outros. 

 

O azul celebra entidades, deuses, a espiritualidade das plantas e o reconhecimento de que nós e todos os elementos somos uma só vida.  

Este tingimento natural é um dos mais artesanais do nosso ateliê. O processo exige que as peças sejam tingidas uma a uma, manualmente, mergulhadas e mantidas dentro da tina, repetindo-se 2 ou 3 vezes, exigindo calma e paciência para nascer.

 

 

No mergulho profundo, surgir amarelo, se tornar verde para depois ser azul.
Observar as reações da oxidação e os traços do tempo para chegar ao índigo, do suave ao intenso.  

Em nossas fibras, o pó de índigo é produzido em El Salvador, conhecido como um dos melhores do mundo. Plantado, colhido e fermentando na Hacienda Los Nacimientos, sob a liderança de Rhina de Rehmann, mulher de família indígena com tradição no cultivo de anileiras, que após a Guerra Civil no país, herdou a terra e retomou atividades de agricultura familiar empregando vários trabalhadores rurais da região. 

 

 

Uma das poucas plantações de índigo orgânicas no mundo, produz o pó de alta qualidade com alta porcentagem de indigotina em processo auto-suficiente sem uso de eletricidade e máquinas: a irrigação é feita a partir das nascentes, o fertilizante é feito em estação de compostagem controlada e outras espécies, como hibiscos e cajueiros, são cultivadas na fazenda, auxiliando na rotação do solo. 

 

 

Essa parceria existe a alguns anos, depois que Flavia descobriu a beleza do azul e passou a pesquisar as plantas anileiras e os processos de tingimento com índigo, mais especificamente a técnica ancestral que envolve a redução com frutose. 

Iniciou sua pesquisa com Michel Garcia, botânico, químico e tintureiro francês e depois se aprofundou na técnica com Aboubakar Fofana, designer têxtil e tintureiro do Mali. 

Em 2016, iniciou experiências de plantio e produção de índigo orgânico para tingimento têxtil no Vale do Urucuia com Luciana Navarro, idealizadora do Projeto Central Veredas, grande parceira da marca. Para esse processo, fizeram colheita de sementes nativas da região, com raizeiros locais, reintroduzindo-as no plantio. 

 

 

Atualmente, tem fomentado iniciativas de pesquisa e testes de produção de índigo junto a outras espécies têxteis, com o desejo de criar a primeira agrofloresta têxtil no Brasil. Esse projeto tem sido desenvolvido em parceria com a Fazenda Malabar e a empresa Jurema, potencializando a ideia de trabalhar em rede, para construção de um futuro regenerativo. 

O cultivo das espécies anileiras tende a ser feito em climas tropicais, sendo India e El Salvador os mais conhecidos. No Brasil, apesar de não termos produções para fins comerciais e uso em escala, temos diferentes espécies, algumas nativas, outras adaptadas, que ocorrem espontaneamente em todos os biomas.

 

 

Na possibilidade do índigo, relembramos que somos parte de um todo interdependente: enxergar a presença do ar na água, o encontro que é condição da existência da cor azul, é pensar também na condição para estarmos vivos. 

Ativamos nosso olhar para o coletivo que se conecta em materialidades, espiritualidades, e ideias em diferentes continentes e tempos que se movimentam e se permeiam. Respiramos e existimos em comunhão e diálogo.

 

A poesia do índigo costura culturas, e neste 2 de fevereiro também festeja Iemanjá, mãe-mar, rainha das águas, morada, coragem, sopro de a-mar no azul. 

 

Para conhecer a coleção, clique aqui.

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