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Linha Bem-estar: Hidrolato da Cumade Nana

Linha Bem-estar: Hidrolato da Cumade Nana

2022-07-25

Em novembro de 2021 visitamos a sede da Rede Borborema de Agroecologia localizada no agreste paraibano para conhecer o cultivo de algodão orgânico agroecológico na região. Firmamos uma parceria para um cultivo focado em nossa produção que será colhido em 2022, fortalecendo essa rede de agricultores familiares que atuam coletivamente com respeito e responsabilidade no território já há alguns anos.

O algodão era cultivado de forma mais tradicional na região da Borborema e nos últimos 10 anos houve uma retomada por trabalhadores rurais, utilizando práticas agroecológicas, consorciados com agriculturas anuais de alimentos e algumas ervas medicinais. 

Alguns dos agricultores da Rede Borborema / Pé de Algodão Orgânico 


A Rede Borborema é uma associação formada em 2013 por agricultores das cidades de Algodão de Jandaíra, Areia, Barra de Santa Rosa, Casserengue, Gurinhém, Pocinhos e Remígio, e surgiu a partir da necessidade desses trabalhadores terem mais autonomia no cultivo e comercialização do algodão orgânico agroecológico e outras espécies. 

A certificação do cultivo era feita por auditoria, que acabava sendo desigual e financeiramente inviável para os trabalhadores, criando uma dependência na comercialização, e também se limitava apenas ao algodão. Com isso, o grupo resolveu dar início a um modelo de certificação participativa, regulamentada pelo Ministério da Agricultura, um processo onde os próprios agricultores se auto certificam, fortalecendo a relação entre os participantes, ampliando as oportunidades do cultivo agroecológico, garantindo renda e segurança alimentar. 

Foi nesta visita que conhecemos Amélia e sua Cumade Nana, uma marca de cosmetologia natural, chás, óleos e ervas medicinais, criada por ela em 2016.  

Amélia em seu espaço de estudo e produção 


Amélia é natural da paraíba, é ecóloga e agricultora. Nasceu no agreste, se mudou para a capital para estudar e trabalhar, e depois retornou ao interior, direcionando seu trabalho para o campo da agroecologia, desenvolvimento de agricultura sustentável, que valoriza a vida, o meio ambiente, a produção orgânica agroecológica, sem agrotóxico, que respeita muito o tempo e a dinâmica da natureza.

Ela conta que o cultivo das ervas e a prática de cura a partir das plantas é um costume nas comunidades rurais, nos assentamentos, mas que foi se perdendo um pouco com a modernidade e a medicina convencional, com os serviços mais contemporâneos de saúde. Os cultivos são vistos mas o uso medicinal se reduziu muito.

Amélia e suas irmãs cresceram observando e aprendendo essa tradição praticada nos quintais de sua família e de tantas outras mulheres da comunidade onde vivia.  E também ouvindo muitas  histórias de sua bisavó, de onde veio o nome Cumade Nana e todas as inspirações.

"A gente cresceu ao redor deste saber, vendo minha mãe, minha avó, minhas tias se curarem com as ervas, as cascas, as raízes, com chás, tinturas, garrafadas, que elas mesmas preparavam, fazendo uso dessas medicinas naturais, acompanhadas das rezas e benzimentos."

Sua atuação no Programa de Convivência com o Semiárido a levou de volta para o campo, para os quintais das mulheres. Acabou se reconectando com toda a vivência, a memória dos terreiros, das práticas da família. 

"Eu me reencontrei com a minha infância e comecei esse meu despertar pra reconhecer esses saberes, me apropriar deles e resgatá-lo pra minha comunidade, a partir das historia dessas mulheres guardiãs das comunidades."

Em paralelo, Amélia foi participando de grupos de mulheres que trabalhavam com terapias naturais, conhecendo a aromaterapia, a saboaria, o consumo de produtos naturais e agroecológicos.Para além da comida de verdade para uma alimentação saudável de agricultura familiar com base agroecológica, começou a se questionar sobre outros consumos que temos no dia a dia, que também precisam ter esse cuidado com a sustentabilidade, com a preservação da saúde e do meio ambiente. 

Hidrolato após o processo de destilação / Pluma de algodão orgânico 


No início, a produção era feita com insumos comprados, na maioria das vezes.  Mas sempre preocupada com a origem das matérias-primas, Amélia e sua família passaram a se dedicar ao cultivo de plantas medicinais em maior escala, uma área no entorno de casa onde plantam várias espécies. Neste terreno, já faziam culturas anuais de milho, feijão, fava e macaxeira, associadas a algumas espécies frutíferas e espécies silvestres, mas nos últimos anos, as plantas medicinais se multiplicaram para preencher essa demanda e desejo da Cumade Nana.

"Catalogamos mais de 90 espécies cultivadas neste terreno, e cuidamos sempre do nosso banco de mudas e sementes pra gente ter sempre as espécies preservadas. O cultivo é coletivo, partilhado: eu, minhas irmãs e minha mãe. E eu foco mais no estudo das plantas, suas propriedades e as formulações das medicinas". 

A Cumade Nana começou como cosmetologia e foi se aproximando cada vez mais das medicinas: garrafadas, tinturas, lambedores, banhos de ervas e chás. Amélia foi resgatando saberes também das partilhas, dos encontros com as mulheres e as ervas, curandeiras de comunidades tradicionais da Paraíba, principalmente de povos indígenas Potiguara e quilombolas. 

Quando começou a explorar a destilação artesanal das plantas aromáticas, em pequenas quantidades, produzindo hidrolatos e óleos essenciais, percebeu um aroma muito presente no algodão, abundante na região.Nos experimentos, descobriu que não é possível extrair óleo essencial da planta, mas sim o hidrolato, uma água obtida através do processo de destilação por arraste do vapor das folhas e que agora lançamos nessa linda e frutífera parceria. 

O hidrolato limpa, hidrata, nutre e refresca. É indicado como tônico facial e corporal no tratamento de infecções da pele como cravos e espinhas, feridas, micoses e frieiras. E também na formulação de outras medicinas e cosméticos naturais. 

As folhas e botões florais possuem óleos essenciais com compostos carbonílicos, hidrocarbonetos, álcoois e indol de aroma doce floral, com propriedades antisséptica, anti-inflamatório, antimicrobiana, cicatrizante e regeneradora da pele. 

Nosso Hidrolato


As vivências da Cumade Nana tem se expandido na rede de mulheres mais jovens da Borborema. Agricultoras e cozinheiras têm se interessado pelo beneficiamento das ervas, um universo que já permeia as gerações locais.

Amélia tem dividido os saberes sobre processamento, beneficiamento, sinergias, formulação de produtos. Já existe uma troca de ervas cultivadas e a ideia é que a produção seja cada vez mais colaborativa. 

 

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